quinta-feira, outubro 25, 2007

Não sei como dizer isto mas...

Eu acredito no Holocausto nazi. Não duvido, nem nunca duvidei.

É um assunto que respeito.

Aquilo de que não gosto é da criminalização das pessoas que dele duvidem.
Será que alguém é chamado à atenção se afirmar a não existência dos crimes de guerra do Pol Pot?
Porque é que temos um crime de guerra mais penal do que outro?
É pela dimensão?
Será pela importância dos assassinos? Ou dos assassinados?
Fará diferença a malvadeza, ou nível de crueldade?

Sugiro que da mesma maneira qualquer cidadão seja constituído arguido se negar que os Estados Unidos não são os mais terríveis e malignos de sempre.

Não consigo perceber esta diferenciação.

É tão mau o Holocausto como outro qualquer.

Prisão para quem negar que o Bush é um criminoso de guerra responsével por chacinas imensas, despropositadas, de cariz maquiavélico, calculista e que não podemos esquecer esteve mesmo nomeado para prémio Nobel da paz.

Os crimes contra a humanidade deviam dar pena de prisão. Ou no mínimo deixar o implicado fora da possibilidade de receber um Nobel da Paz.

Se eu fosse um nomeado teria devolvido o meu Nobel quando essa nomeação surgiu.

Discorrendo

Bater na pedra, deus está presente.
Fujo da minha monotonia, pretendo... apenas pretendo.

Porra que falta que me faz a minha imaginação.
Discorro sem nexo.
Não tem importância, acendo velas e preencho espaços vazios. Entro numa sala, ocupo um lugar, apanho a devida espacialidade minha devida. O meu corpo continuamente sopra o meu hálito, solto gases, transpiro, respiro, ressono.

Componho as calças, desencanto um livro.

Leio um parágrafo, escrevo um dia da minha realidade.
Existo e quero.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Um lugar comum aonde nunca ninguém esteve

Um destes dias passei na Galeria Módulo e tive uma óptima surpresa. No meio da exposição colectiva, sobretudo com temas florais aquilo que realmente me tocou foi um trabalho sobre papel.
Aproximei-me e não percebi nenhuma imagem. No entanto com atenção pude ver que existiam diferenças de reflexo. Não havia cor. Só havia o branco do papel. E por cima em alguns sítios a artista tinha colado pedaços de fita-cola. Ao observar toda a imagem com o ângulo certo, o reflexo mostrava uma imagem perfeita de uma jarra com flores.
Uma imagem perfeita, quase fotográfica, formada por pedacinhos de fita-cola posicionados como se de pinceladas se tratassem.
Fui tomado pela sensação única de presenciar o elemento intangível comportado no objecto artístico a entrar em existência.
Sublime? Será oportuno usar esta expressão tão especial?
Senão agora quando?

A artista plástica é a Ana Mata e a sua reinterpretação deste tema já longamente explorado é brilhante e inovador.
Já anteriormente pude ver trabalhos dela em que usava fita-cola com impressões digitais sujas de pó de carvão impressionantes. Julgo no entanto o trabalho desprovido de contraste um objecto muito especial e superior.

Não acredito em temas vulgares. Existem apenas pontos de partida comuns e pontos de chegada interessantes ou não.
Espero nunca perder de vista o trabalho e a visão desta artista.

quarta-feira, outubro 10, 2007

O que acontece...

O que acontece quando já não tenho nada para dizer? O que sou suposto pensar depois de ter perdido a vontade de pensar no que quer que seja? Formulo planos e projectos que nunca verão a luz no próximo verão. Nem no seguinte.

Bonecos, chapéus pintados, cerveja a voar por cima das cabeças do público. Uma juventude com os copos é uma geração que não se importa senão com os toques do telemóvel e com o estilo rapper que realmente não se importa com nada a não ser o estilo que manda e com quem o respeita.

Folheio os canais de televisão, vejo mortos todos os dias, não me importo com nada. Quanto está o Benfica? Hoje morreram 30 no Iraque e 220 ficaram feridos, incapacitados, doridos, decepados, espetados, aleijados, modificados, translúcidos pelas balas. Mudo simplesmente de canal. Não volto a pensar nisso. Amanhã será a mesma noticia não me vou importar a não ser que o Benfica desça de divisão, ou que perca.