sábado, janeiro 31, 2004

Linguagem corporal delatora

A psicologia diz-nos que a linguagem corporal transmite muito mais do que poderíamos desejar…
Recentemente, adquiri o conhecimento de que se por exemplo uma pessoa está a morder os lábios, pretende ser tida como atraente ou demonstra empenhamento.
Mas há situações bem mais complexas. Se alguém por exemplo roer o cabo de um guarda-chuva, é um óbvio sinal de doença genital acesa e galopante, ao passo que olhar para o tecto constantemente, é uma clara demonstração de contracções intestinais de raiz gasosa de proporções épicas.
É espantoso o que podemos aprender com a psicologia…

quinta-feira, janeiro 29, 2004

Pintura de pombo

Não sou um apreciador de carros. A única coisa que me cativa nos carros é as enormes e incríveis pinturas de pombo que podem ser feitas do dia prá noite.
Há cerca de dois anos vi o carro com o maior número de pinturas de pombo que já tinha visto na minha vida. Fiquei sem dúvida impressionado. Aproximei-me do carro lentamente olhando espantado para a capacidade expressiva de um milhão de pinturas que formavam uma pasta com uma certa uniformidade. Quase fazia lembrar uma pintura do Pollock, se o pintor “cagasse de alto”…
Ao espreitar para dentro do veículo apercebi-me que um jovem barbudo me estava a observar lá de dentro. Devia ser a primeira vez que alguém apreciou o seu humilde abrigo.
O Bairro Alto é um sítio com uma capacidade impressionante de atrair cenas estranhas.

5 Euros, no Carrefour

Tenho passado várias vezes por um senhor que tem vindo a tornar-se uma personagem a recordar. É um senhor indiano muito bem vestido, com boa aparência, um homem de família com ar de abastado.
A única coisa que me intriga, é que ele traz sempre o seu chapéu-de-chuva ainda com o preço pendurado… claro que isto não tem nada de especial… mas é que comecei a reparar nisso. Ele realmente não tira o preço daquilo.
Se alguém o vir, por favor diga-lhe… já estou farto de pensar nisto. Imagino que aquilo se pareça com uma etiqueta de uma marca… mas não… é só o preço do Carrefour…

quarta-feira, janeiro 28, 2004

O Clube das Poetas Mortas

Recentemente vi o filme Sorriso de Mona Lisa. Achei que é um filme bom (bom filme), as actrizes são boas (actrizes com jeitinho), algumas personagens são intrincadas, bem escritas e inesperadamente muito profundas.
Gostei de sentir que as pessoas têm a noção, de que ainda hoje acontece o tema principal do filme. As meninas de bem vão para a faculdade em busca de um rapaz de bem, um bom partido…
Epá, eu cá voto num bom partido.
É sempre bom ver alguém a esforçar-se por mudar as coisas.

Apesar de tudo isto, o título alternativo deste filme é de certeza O Clube das Poetas Mortas… pelas óbvias parecenças, claro está. Não pela Júlia Roberts se parecer cada vez mais com o Robbie Williams.

segunda-feira, janeiro 26, 2004

As mãos na massa

Vi recentemente alguns trabalhos de pintura de uma senhora.
Antes de saber que eram trabalhos de uma senhora já sentia que o eram. Têm o aspecto de ser uma pasta sobre a qual é aplicado um elemento riscador enquanto a massa ainda está fresca. A pasta riscada, tem o aspecto de ter estado no forno. Quase que se trata de um trabalho de culinária.
Tão delicadamente feminino é o trabalho desta senhora, que temos mesmo a sensação de estarmos na presença de um trabalho comestível. É muito agradável sentir o lado de bolo culinário artístico que têm estas pinturas.
Com efeito, é uma pintora de seu nome Isabel Sabino, que realiza estes suculentos e apetitosos trabalhos, que muito interesse plástico apresentam aos meus olhos. Muito expressivos, com figuras animais e humanas, de cores quentes e grande densidade visual. São muito interessantes e facilmente identificáveis por utilizarem uma técnica muito específica e rara.

Troféus dos tapumes

Como podemos saber se uma obra realizada pelo município da nossa cidade, está a ser violenta para os automóveis da região?
Tal como acontece na minha cidade, os trabalhadores dessa obra começam uma colecção de tampas de rodas dos carros. Os quais penduram nos tapumes da obra, como que a exibir os seus troféus, quais índios com os escalpes dos inimigos.
Será que os homens das obras realmente regridem para um estado pré-histórico da evolução, como é afirmado nos mais prestigiados livros de etnologia?

domingo, janeiro 25, 2004

Falta de bolsas

No país dos contos de fadas,certo dia, os alunos do ensino superior manifestavam-se contra a falta de bolsas, queixavam-se das pequenas quantias fornecidas pelas bolsas, da pouca quantidade de cerveja que cada bolsa conseguia pagar.
Do cimo da sua sobranceira inocência o pequenito Ministro da Educação retorquiu num eloquente discurso: -Não têm Bolsas? Usem Pochetes!!
E viveram felizes para sempre.

sábado, janeiro 24, 2004

Bush muda nome para Adolf Hit Them

Nas minhas aulas de Latim fiquei no outro dia a saber que Guantánamo tem duas traduções possíveis. Pode significar Treblinka ou Auschwitz.
Eram tão avançados estes gregos! Será que também já sabiam da existência da convenção de Genebra? Ou de direitos humanos?...

sexta-feira, janeiro 23, 2004

Zé Cabra apanhado a roubar – A queda de uma estrela

Zé Cabra, o grande cantor português, o homem-macaco, a lêndea-viva, o sex-bimbo… enfim o símbolo de toda a música portuguesa acabou de chocar o país com a notícia de que tinha roubado gasolina de uma bomba. Depressa as injustas manchetes de jornal se encheram com a notícia da queda em desgraça de um nome mais imaculado que a névoa que pairava sobre Chernobyl no tempo do acidente.
Zé Cabra apanhado a roubar – A queda de uma estrela.
Os jornais conseguem ser tão cruéis… depois de tudo o que este grande senhor fez pela música nacional, que quiçá, teve mais influência sobre toda a música mundial do que qualquer outro artista… considerado por muitos como o quinto Beatle. Mais ou menos como um irmão gémeo do Paul, só que surdo, disléxico, fraco de voz e feio… mas com um talento incomparável… a sério.
Portugal está praticamente de luto nacional, acho eu. Eu sei que eu estou.
Estou triste. Primeiro não convidam o Zé Cabra (o nosso Cacá) para o Rock in Rio e depois isto… que vergonha.

quinta-feira, janeiro 22, 2004

Para o palco!

É impressão minha ou a Operação Triunfo tem um conteúdo tão indigesto que até chega a dar hérnias nervosas ao Dalai Lama? Chegamos a uma situação de pudim mental, tentando acalmar a coceira nas virilhas, quando ouvimos a Catarina Furtado, assustando as criancinhas, a gritar aos concorrentes para irem para o palco….
Ela exagera “uma beca” nos berros… Só há muito pouco tempo é que me apercebi que ela não estava mesmo zangada. Sempre pensei que as entrevistas acabavam sempre com os concorrentes a “atrofiarem” com ela e a Catarina a perder o juízo e a desatar aos berros…
Alguém dê um calmante bem forte a esta moça. Já ninguém no lar de idosos de Vilar Formoso consegue assistir às galas da Operação Triunfo sem precisar de um desfibrilhador bem forte contra o peito.
Esta apresentadora devia ser usada para espicaçar as lutas de cães. Eu sei que eu, pelo menos, fico logo mais raivoso quando a oiço berrar!

terça-feira, janeiro 20, 2004

Que Optimus negócios

Cuspa… arrote… peide… coce… assoe… arranhe… pontapeie… babe… esbofeteie… tussa!
Mas será que ainda alguém aguenta os anúncios a telemóveis? Que nervos, quando eles começam com as cantilenas de verbos com uma voz a fazer-se de melosa!
Há três anos que ninguém faz anúncios sem ser com a chapa quatro da sequência supostamente profunda de tempos verbais!
Haja inovação! É publicidade! Podem dar-se ao luxo de usar a imaginação! Nós que trabalhamos lá na fábrica é que só podemos fazer o que nos mandam!
Bolas… será que os publicitários estão a ser manipulados por alguém que controla o tipo de anúncio televisivo? Não! Credo, isso seria terrível!

Os destroços de Natal

Adoro ver os camiões, do lixo que não cabe nos caixotes normais – os chamados camiões dos monos.
São lindos, têm sempre montes de coisas estranhas, parecem carrinhas de mudanças decadentes. Pela calada da noite, como se transportassem material roubado. É lindo!
Ontem à noite pude ter a visão mais linda que já tinha tido dum camião de monos! Os homens da carrinha, mal se viam no meio de dezenas de árvores de natal! Parecia que tinham roubado um parque florestal e que tinham criado algures uma clareira com forma de caixa de camião!
Árvores de plástico, árvores de verdade, algumas ainda com fitas… uma autêntica selva!
Os homens de verde, trabalhadores da Câmara, iam todos divertidos… quem me dera que fossem todos a entoar cânticos de Natal! Era só o que faltava para eu me sentir realmente perante um sketch dos Python!
Mesmo assim foi único!

segunda-feira, janeiro 19, 2004

Bem-aventurados os pobres!

Existem muitas coisas que não percebo no mercado a nível mundial... sem dúvida um dos negócios que eu nunca pensei que pudesse florescer é o estranho conceito do solário!
Quem no seu perfeito juízo é que acha uma boa ideia pagar para ficar bronzeado? Percebo que fique bem uma pessoa estar queimada todo o ano e passar a mensagem ao resto do mundo que passa por nós que temos dinheiro suficiente para andar todo o ano na praia... sim está certo, faz sentido... mas... não faz sentido pagar para ficar bronzeado...
É como comprar um aparelho moderníssimo chamado Step... que toda a gente está a ver que é um degrau... um simplicíssimo degrau... mas quem é que terá tido estas belas ideias?
Epá se conseguem vender degraus em separado, sem mais nenhum propósito senão fazer exercícios, então bolas que também hão-de pagar para andar bronzeados sem esforço.
Será que ainda alguém se lembra que se pode ficar com um bronze à Homem das Obras apenas apanhando sol? Ou será que dá mesmo muito trabalho?
Sortudos e bem-aventurados os pobres que não precisam de se debater com questões de ricos: - Devo apanhar sol? Ou devo pagar para ficar da cor dos frangos quando vão a assar?

domingo, janeiro 18, 2004

Copinhos de água grátis

Existem nos serviços governamentais de atendimento ao público, máquinas onde se podem beber copinhos de água.
Num destes dias, entrei tão cedo, tão cedo, tão cedo numa repartição de Finanças, que os funcionários ainda estavam a retirar os copinhos do lixo e a repô-los de volta na máquina.
Quantas situações deste tipo existirão em Portugal?
Exagero ecológico, ou envenenamento por funcionário público deficiente mental...?
Decida você!

sexta-feira, janeiro 16, 2004

Açores americanizados

Penso eu de que…
Se uma das lindas ilhas do nosso querido Portugal fosse disputada pelo bizarro governo norte-americano, as medidas tomadas pelo nosso governo seriam no mínimo curiosas.
A primeira medida a tomar seria colocar um gigantesco laço a toda a volta da ilha. Seguidamente, o governo português deixaria um enorme cartão a dizer: -Não abrir antes do Natal.
Duvido muito que se os Estados Unidos quiserem tomar os Açores pela força, a Nato faça sequer um pequenito gesto contra os coitaditos Americanitos.

quinta-feira, janeiro 15, 2004

Oferece-se recompensa

Um dos melhores cartazes que pude ver ultimamente em Lisboa, é um objecto não identificado e consequentemente um mistério ainda maior para mim.
Trata-se de um cartaz, semelhante aos que se faziam no velho Oeste, oferecendo uma recompensa pelo Paulo Portas, morto ou vivo, obviamente em tom sarcástico.
Nas letras abaixo da foto do ministro Portas lê-se: -Este sujeito é perigoso e anda armado… em parvo.
Um cartaz muito raro e difícil de ver por aí colado. Muito curioso, por não ter mais nenhuma referência para além da piada, coisa muito incomum entre os cartazes de foro político.

MTVs ‘r U.S.

Surpreende-me ver que a globalização afecta um ponto aparentemente tão sem importância como os telediscos da MTV… os telediscos realizados e promovidos por esta estação americanóide baseiam-se num esquema demasiado pacóvio para ser verdade.
Como é possível que à excepção de muito raros casos, todos os telediscos contêm raparigas com silicone em fato de banho, carros desportivos todos cromados, muitas jóias a serem exibidas e, sem excepção, pelo menos uma bandeira americana a mostrar a afeição da estação…?
Que ridículo, que fantochada!
Onde anda a liberdade de expressão? Estará fechada nalguma cela em Guantánamo?

quarta-feira, janeiro 14, 2004

Tique nervoso Popular

O Portas, no tempo da escola, era muito pouco sociável, muito tímido, tinha pavor de interagir com pessoas… quer dizer, o que se passava realmente é que as pessoas com quem ele se dava afastavam-se por causa de um tique nervoso que as deixava desconfortáveis.
Com o tempo o pequenito Portas ultrapassou o trauma. Foram 10 anos até conseguir deixar de roer as unhas dos pés. Ainda hoje acorda de noite a chorar.
Mas quis vingar-se do mundo e foi então que se inscreveu na juventude popular.

segunda-feira, janeiro 12, 2004

Faltam pediatras

Um destes dias um jornal de grande edição a nível nacional afirmava que faltam 1400 médicos pediatras no sistema de saúde português.
Eu penso que todos esses médicos são capazes de estar com medo de serem acusados de pedofilia e talvez tenham mudado para outras especialidades… bem… ou então estão simplesmente presos…

domingo, janeiro 11, 2004

O canal do Parlamento

Um dos canais menos vistos da Tv Cabo é o canal do Parlamento. Acho que nunca ninguém reparou, mas todos os dias de manhãzinha o Presidente da Assembleia da República diz invariavelmente para abrir a sessão: -Ora bom dia aos presentes e que se lixem os ausentes.O canal do Parlamento é uma coisa que me confunde muito. É como a equipa de cientistas que há anos tenta provar a existência de um cérebro na sede do Partido Popular… obviamente que é uma busca em vão… se estiver está num frasco numa prateleira à espera de ser usado.

O saudoso Acontece

O grande programa Acontece morreu, viva o Acontece.
Quem pode dizer sinceramente que não tem saudades do grande Valium que apresentava o programa, um grande hombre, que transmitia todo o fervor dos mais valentes e bravos idosos do nosso país, como se tivesse somente 75/80 anos de idade.
A parte que me dava mais gozo assistir era sem dúvida a linda parte do:
-“Como disse, seu energúmeno transeunte? Coçar A tomatada? OU coçar NA tomatada?”
Este saudosismo que cresce cá dentro serão saudades ou serão formações de gases?
De qualquer modo, acho que se acabaram com o programa, deve ser com certeza para o substituírem por um programa ainda mais interessante pedagogicamente, talvez uma Operação Triunfo, Cultural. Quem sabe não se venham a descobrir os futuros bibliotecários frustrados ou os “claros cientistas-escritores-plagiadores”!
Tenhamos esperança!

sábado, janeiro 10, 2004

Oh Mon Ami

Um dia nos meus tempos de escola, eu e um par de colegas metemos conversa com uma personagem. O senhor de aspecto lunático apresentava-se bem vestido, com um fato e gravata mas com um aspecto muito velho e grisalho.
Falava com tudo e todos, misturando português e francês em voz baixa e simples.
Quando lhe dissemos uma palavrinha em francês, o homem fez uma festa tal que parecia que tinha reencontrado amigos de longa data, gritando e esbracejando como se a felicidade fosse demais para ficar contida.
Gritava: -Mon ami! Gritava pelos Champs Ellisés e pelo Montmartre.
Visivelmente embriagado, tentou por algumas vezes apoiar-se numa parede que parecia fugir ás suas mãos.
Falámos com ele uma data de vezes, era muito simpático, era o nosso Ami!

A última vez que o vi, vinha ele no autocarro, embriagado como sempre, a pregar uma grande seca a um senhor de cor que trazia vestidas vestes tradicionais africanas e ele vinha-lhe a contar dos seus amigos argelinos que tinha tido em França.
Pobre senhor que não era argelino. Não conhecia o nosso Ami de lado nenhum e não tinha a paciência da minha malta sempre pronta para a paródia com o “Francês”.

quinta-feira, janeiro 08, 2004

Onde era mesmo?

Um destes dias, perguntava uma senhora ao condutor, se o autocarro passava na Cova… na Cova… mas nem o condutor conhecia nenhuma Cova… nem a senhora se lembrava do nome completo da tal Cova.
Foi muito giro sentir as pessoas no autocarro a tentarem ajudar, toda a gente a tentar adivinhar o nome da terrinha para onde ia a senhora.
Finalmente, ela teve uma recuperação parcial de memória: Cova de Santo Adrião! Na zona por onde o autocarro passa, existe realmente uma Santo Adrião, mas é uma Póvoa e não uma Cova.
Portanto, não esquecer, não tente ir sem saber o nome da terra; as pessoas tentam ajudar, mas pode estar a complicar a vida de 45 pessoas sentadas e 68 pessoas em pé.

quarta-feira, janeiro 07, 2004

O passeio dos presentes

Sugiro que se observe um cão que more num apartamento e que saia à rua, uma ou duas vezes por dia. A vontade sôfrega de ir à rua é incrível, é maior que o cão, chega mesmo a ser maior que a vida.
Um cão a correr e a puxar para sair de um prédio dá a sensação que uma força maior o move…mas o que será?
Diz um tal Bobby desconhecido: - Deixem passar que eu já não cago desde as 7h da manhã – sempre a puxar a trela e consequentemente o dono também - Ena pá, que eu vou cagar isto tudo!...sou um terrorista, esta rua vai parecer um campo minado!
O perigo é tal, que temo muito sinceramente pela integridade dos invisuais.
Um sítio por onde passam cães devia aparecer no mapa do município! Apelo aos nossos autarcas para delimitarem e assinalarem estas zonas de perigo.

terça-feira, janeiro 06, 2004

O poeta tímido

Há uns tempos, passeava eu na rua do Carmo, quando reparei que ao lado de uma caixa de electricidade, em letrinhas minúsculas escritas em pequenos autocolantes, se contava um enorme número de poemas, pequenos pensamentos, frases soltas, tudo muito reduzido, quase escondido por detrás de um vaso com plantas e da caixa de electricidade, quase com vergonha ou medo de ser lido.
Achei tão curiosa esta tímida expressão, esta necessidade de dizer alguma coisa, com uma certa esperança que alguém leia, que alguém descubra...
Será que mais alguém terá notado? Em tão nobre e frequentada rua, com certeza que este desconhecido já terá sido notado e conta com certeza com alguns fãs!
Pede-se pois agora, que não se retirem de lá os lindos lindos poemas que tanto fascinam quem por lá passa e neles repara.

Vaso ruim… não quebra

O Vilhena é do caraças, o gajo bate em tudo e em todos. Eu cá tenho medo dele.
Orgulho-me do velhote que não verga nem amolece, só rosna e morde.
Esse gajo é como o George Grosz português, que mesmo durante o regime nazi e em plena Alemanha nazi, continuou sempre a dizer tudo o que tinha lá dentro para dizer. Assim é que é, porra!!
Depois do 25 de Abril, esperaríamos que a fúria corrosiva se fosse com os ventos vermelhos a derrubarem o velho regime.
Qual quê! Continuou sempre a cascar à esquerda e à direita, como um valoroso Dom Quixote, que vê sempre os podres do sistema ainda por decepar.
Este Robert Crumb português é uma das personagens mais rijas e teimosas que Portugal já conheceu. Imaginamo-lo facilmente a desenhar o São Pedro em conversas menos próprias com meninas de trabalhos menos próprios, quando estiver já no raio do purgatório.
Não verga e é disso que o pessoal precisa. Aprendamos com este resistente a remexer o lodo, mesmo quando aparentemente não vemos mais que água limpinha e peixinhos simpáticos… como o cherne por exemplo.

segunda-feira, janeiro 05, 2004

O maior fanático do Sporting

O grande fã do Sporting é um senhor de meia-idade que tive o privilégio de ver por várias vezes no Metro.
Este senhor tem um aspecto perfeitamente normal, usa invariavelmente um cachecol do seu clube e faz-se sempre acompanhar por mais ou menos duas dezenas de revistas. O curioso nesta personagem é que ele passa o tempo todo a oferecer uma das suas revistas do Sporting, a ler aos restantes passageiros.
É muito efusivo com o que lê e relê nas suas revistas do Sporting e curiosamente uma das vezes em que o vi, ele repetia constantemente: – “As mulheres do Sporting são as mais bonitas, isso toda a gente sabe!”
Este senhor é muito interessante; se alguém o vir, tente reparar na quantidade incrível de revistas que ele faz gosto de trazer sempre consigo.

sábado, janeiro 03, 2004

Curtir a nite em Bagdad

Todos temos a impressão que sabemos de tudo o que se passa no Iraque.
Sabemos que os soldados são muitos, que dormem juntinhos e que não estão autorizados a sair à noite. Ora, se eles são muitos, são homens e quando voltam têm muito mais doenças sexualmente transmissíveis, algo se passa! Ou os soldaditos aprendem a gostar de “jogar ao macaco que esconde a banana” ou então as saídas à noite não são somente para ir ao jantar de acção de graças com o chefe do estado-maior do exército do seu país!
Obviamente que se acontece sempre o mesmo em cada “visita de estudo texana”, é claro que também nesta operação militar existem já imensas casas menos próprias visitadas frequentemente por militares com as hormonas em pulgas por apanhar vírus esquisitos!
Alguém nos mostra as casas de meninas que surgiram ao redor das bases militares americanas no Iraque?
Por favor, que ninguém se convença que daqui a 6 meses não estará a Internet atafulhada com montanhas de filmes porno feitos por soldaditos americanóides com brasileiras, russas e afins!

Loira finge Erasmus

Um Erasmus é um projecto de troca temporária de alunos por essa Europa fora que procura preencher o vazio de experiências únicas de vida!
As coisas que as pessoas fazem para agradarem aos seus parceiros! Surgiu neste período escolar uma estudante loira que estranhamente fingiu um erasmus lá na escola. Com os seus parceiros escolares a contarem que ela viesse com eles num erasmus, a estudante não teve como evitar, teve que fingir…

quinta-feira, janeiro 01, 2004

O glamour dos cartazes

Um menino vivia numa barraca, num bairro de lata perto de um viaduto. Tudo em volta era sujo e porco: nas ruas havia cães, lixo e pessoas sujas a escarafunchar nos caixotes.
Para fugir a tudo isso, este rapaz forrou todo o interior do seu barraco com enormes cartazes arrancados das paredes da cidade, com estrelas de cinema, concertos de rock, temporadas de bailado, tudo em cores berrantes e chamativas. Todas as improvisadas paredes ficaram espectacularmente preenchidas e brilhantes... tudo isto criava um ambiente de sala de espectáculo, dentro do abrigo deste rapaz...
Não sei se esta história tem um final feliz... Gosto só de imaginar como seria maravilhoso este espaço, decorado de uma forma tão solta e espontânea.
Lições? Aprendemos o que queremos quando queremos...