terça-feira, março 04, 2008

Desassossego plástico

Não sou nem Dylan, nem Kerouac…muito pelo contrário.

Quero ser Crumb e Van Sant, mas só se tiver que ser.

Ser.

Criar e ser.

E virar as costas a quem queremos dizer alguma coisa?

O Dix agora havia de ficar estupefacto com tanta abstracção vazia.

Até o Delfim tem de concordar que já não se suportam mais Judds!

Penso em mensagem para o público perceber e dizem-me logo: Isso é demasiado fácil e estúpido.

Como é que pode ser fácil se mesmo assim o público não quer saber e não percebe nada seja como for?

E não é como se alguém ande a tentar explicar o seu trabalho no próprio trabalho. Tem de haver texto explicativo?

Onde anda o Heiddegger quando se precisa dele?

Passeio com os Python e com o Camus. Dizem que a mente é uma coisa linda.

Mas não há vontade de perceber algo mais do que aquilo que passa na televisão entre os anúncios a empréstimos de dinheiro.

Decido.
Escrevo.

A palavra é também imagem.

Kafka é uma palavra com um mundo de significados atrelado. Faço-me entender?

O significado explícito é tão secreto como a mais guardada teoria estética.

Porque é que anda tanta gente a fazer opacidades plásticas?

Medo da compreensão ou medo de ser superficial.

Acho que é moda.

Talvez escolhesse viver em Montmartre acho eu. Na minha cabeça claro.
Não há nada que valha a decadência dos nossos subúrbios.

Vou dizer ao Woody que ele e o Bisley deviam tomar um café.

A moda é uma coisa de gente estúpida. Digo eu do cimo da minha cínica mentira falsa.

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