quarta-feira, dezembro 17, 2008

O primeiro homem

O primogénito homo sapiens sapiens não foi Adão. Chamava-se Diogo Felipe.

O primeiro homem poderá ser culpado de todos os actos futuros dos seus descendentes, até ao momento presente?
Não. Isto porque o futuro não existe. Aquilo a que atribuímos o nome de futuro é na sua essência o conjunto de possibilidades e probabilidades. É apenas a vastidão absoluta de hipóteses de acontecimentos, situações, factos. Tempo... que ainda não aconteceu. Que não existe.
O futuro não existe.

O primeiro homem não podia ter fugido ao acaso de ter gerado uma horda de sórdidos, desonrados, desordeiros (que adoram usar aliterações a torto e a direito). Nós, os que o presente vivem e que nele acreditam por causa do fluxo contínuo dos dias e do aborrecimento da vida mundava. Nós, a humanidade filha. Nós, os comedores de Pringles somos os culpados do primeiro homem e da sua primordial má acção.
Filhos do pecado original uma ova. Nós somos reles, tal como todos os que nos precederam e os próximos iludidos.

Não existe futuro, não há destino e o nosso arbítrio longe de ser livre, é estreito, curvilíneo e totalmente indiferente, quase aleatório.

Que se queime a esperança e o seu amigo bom senso.

Sem comentários: