domingo, abril 08, 2007

1 americano vale 1 cidadão de qualquer outro país


Um americano, 5 ingleses e 1.000 argelinos entram num bar – segundo os americanos esta seria a premissa para as tradicionais piadas das três nacionalidades.

Mete-me nojo ter conhecimento de um incêndio nos Estados Unidos em que 5 pessoas foram desalojadas. Se o triplo de portugueses perderem as casas pelas mesmas razões não há ninguém nos Estados Unidos que seja informado a não ser por uma das televisões portuguesas internacionais.
Tanto para os americanos como para os chefes de redacção portugueses cada americano vale pelo menos 5 cidadãos europeus dos países mais importantes. Mas essa proporção altera-se consoante o tipo de país. Cada americano vale pelo menos 100 habitantes de outro país europeu ou asiático de menor importância. E por aí adiante. Claro está que uma só vida americana chega a valer 1.000 vidas de um país do terceiro mundo.
Serão precisas aproximadamente 2.000 pessoas do Rwanda serem desalojadas por cheias para chegarem a ser notícia ao passo que basta um americano ser morto numas cheias para isso correr os noticiários de todo o mundo.

Por mim, serão precisos muitos muitos desalojados americanos para eu mostrar algum tipo de sentimento sobre o assunto. Frieza esta que é igual àquela mostrada por esses mesmos americanos ao assistirem à mesma notícia oriunda de outra parte do mundo. No entanto, aquando das cheias em Nova Orleães, o mundo soube da catástrofe como se essa fosse a maior catástrofe relacionada com cheias da história da humanidade.
Não me venham com histórias, todos os anos há centenas de acontecimentos idênticos noutros sítios que não são sequer referidos nos telejornais americanos.
Sejam presunçosos à vontade. Não esperem compaixão.

O mesmo se passa com o 11 de Setembro. Caros americanos, em comparação com as baixas do Iraque só em ataques suicidas diários o 11 de Setembro não foi nada. Cresçam e aguentem como homenzinhos. Se se comportam como nazis ultra agressivos não esperem ser tratados com ramos de flores e beijocas nas bochechas do rabo.
Se provocam, bombardeiam e se comportam como uns bullys têm que se aguentar à bronca depois do recreio. Não se venham fazer de vítimas. O 11 de Setembro já foi há imenso tempo e vocês ainda se desculpam atrás desse argumento, não me venham com conversas, as baixas foram por comparação bem diminutas.

Agora queixam-se que no Iraque a malta vos manda os helicópteros abaixo! Então não foram lá fazer guerra? Querem guerra ou querem bolachas? Numa situação de guerra ambas as partes provocam baixas. Não se podem queixar. – Epá, então agora mandam os nossos helicópteros abaixo? Vamos queixar-nos às Nações Unidas, isto não pode ser! Estão em risco vidas americanas! – Que grande lata têm estes camones. Por amor de Deus, que coisinhas mais piegas.

Eu cá espero que vocês nunca encontrem o vosso ex-mega amigo Usama.

Por mim acho engraçado como vocês não aprendem com a História. Então perderam o Vietnam porque os vietcongs usavam guerrilha e agora vão meter-se noutra? Parecem parvos. Não notam que estão outra vez numa situação que não podem ganhar? Quão atrasados podem ser?

De outro ponto de vista ainda me sabe melhor pensar que a História nos prova que os grandes impérios caem mais tarde ou mais cedo. Que giro vai ser ver-vos realmente aflitos. Mal posso esperar.

É inevitável. Um dia um americano valerá o mesmo que um iraquiano. É inevitável.