sexta-feira, abril 30, 2004

Entrada proibida a estranhos e a descrentes

Na porta de uma igreja na rua da Escola Politécnica, junto ao Rato, os homens das obras – quais Richard Serra – colocaram uma barreira improvisada, evitando assim a entrada de estranhos à obra.
Curioso é que o objecto escolhido para servir de barreira, na porta de uma igreja, seja uma cruz enorme, de madeira. Muito dramática, mais ou menos do tamanho que aparece nos filmes do cristianismo, mais impressionante que muitas instalações armadas, de muitos prafrentex.
Mais um ponto a favor dos homens das obras, que no percurso da arte moderna, muitas boas ideias têm vindo a desenvolver.

Ex-Senhor descalço com fetiche – 3

Por fim, um outro dia, voltei a ver esta personagem ex-pé descalço.
Desta vez, para meu espanto, mais uma vez, o senhor trazia uns sapatos todos rotos, todos ranhosos, de aspecto nojento, a verem-se as meias, com fita adesiva a tentar que a sola não fugisse, e de cor cinzento-velho, no qual já se duvidava que os átomos ainda girassem.
Qual não é o meu espanto quando reparo que o senhor, transportava um enorme saco de plástico transparente, absolutamente a abarrotar de sapatos. Sapatos velhos, novos, de criança, de senhora, de montes de cores diferentes. Ténis, botas, chinelos e pantufas, tudo com aspecto de ter sido encontrado num contentor do lixo, numa rua de sapatarias.
Fabuloso, eu nem queria acreditar que pudesse ser isto. Este menzinho deve ter uma granda pancada com sapatos ou então levou muita pancada com sapatos quando era mais miúdo e daí desenvolveu uma espécie de pancada Freudiana.
Há pessoas que se esforçam por serem originais e surpreenderem constantemente e depois existe este senhor, que sinceramente ultrapassa qualquer estilista marado da cabeça!

quinta-feira, abril 29, 2004

Senhor descalço já bem calçado – 2

No dia seguinte, cruzei-me de novo com aquela intrigante e descalça figura. Desta vez, o senhor de aspecto paupérrimo, trazia calçados
uns sapatos de senhor, todos bem engraxadinhos, de aspecto caro e fino. Muito limpinhos e com bom aspecto.
A minha imaginação disparou. Será que os encontrou? Será que lhos deram? Será que andava a mendigar há imensos anos só para ter dinheiro para comprar aqueles sapatos tão catitas?
Destoavam tanto os sapatos que era a única cor brilhante e pura, no seu fato, barba e tom de pele cinzenta-acastanhada e baça.
Era uma personagem maravilhosa!
Eu já tinha uma óptima história para contar ao almoço à minha namorada!

quarta-feira, abril 28, 2004

Senhor Descalço – 1

Por três vezes pude ver um senhor sem abrigo que me marcou muito.
A primeira vez que o vi, estava um frio horrível, tinha estado a chover, eu estava todo encasacado e tiritava por todos os lados.
Cruzei-me com um senhor mal agasalhado, camisola e casaco de aspecto leve. Fiquei sobressaltado quando notei que este senhor estava descalço. Passeava-se pela cidade de pés descalços. A minha vontade foi oferecer-lhe as minhas meias, pelo menos podia ser que se aquecesse uma bekita.
Tinha um olhar sereno e não parecia sequer notar que estava uma temperatura polar. Estava mais ou menos como numa reunião da ONU, tudo a tentar permanecer sereno mas com uma sensação que o ambiente está pesado porque estão com os pés frios.

terça-feira, abril 27, 2004

Cartão Lisboa +iva

Por cada novo cartão Lisboa Viva, o Metropolitano cobra mais 5 euros.
É dos poucos objectos que não têm longevidade e não têm qualquer tipo de garantia.
Se um cartão deixar de funcionar uma semana depois de ser adquirido, a responsabilidade monetária de o pagar novamente é inteiramente do utilizador.
Aonde anda a Deco? Aonde anda o bom senso do Metro? Desde quando é que eles querem chular pura e simplesmente os utilizadores dos transportes?
Será que custa muito oferecerem um cartão novo se um cartão se estragar com apenas um ou dois meses de utilização?
O Metro está ganancioso! Daqui a nada começa a pôr os pica bilhetes a render nas esquinas do Metro!

domingo, abril 25, 2004

Loja do Cidadão paciente

Eu, cidadão, espero 55 minutos em pé, numa sala quente, cheia de pessoas com stress a pingar da nuca. 55 minutos para uma conversa de 2 minutos, para tratar de um papel na Loja do Cidadão.
O cidadão é paciente. Que remédio tem ele!?

sábado, abril 24, 2004

Triste e sujo

Já por diversas vezes observei uma personagem que às vezes está sentada nos bancos de determinadas estações do metro...
De cabelo desgrenhado e barba por fazer, este senhor tem simplesmente um ar triste... de todas as vezes que o pude observar não reparei em mais nada senão na sua grande apatia... ele parece apenas triste.
Sentado, sujo, muito sujo, de enorme barriga a encher a esticada t-shirt. Sem falar sozinho, sem pedir, sem defender as suas posses... despreocupado, olhando o nada, sempre muito calmo e tristonho.
A única coisa que noto é que nos assentos em que esta personagem se senta nas estações, tudo fica completamente sujo, mascarrado, este homem deixa uma marca por onde passa, exala um cheiro a podre completamente insuportável...
Apetece dar-lhe uma companhia, amigos, uma casa, um trabalho, um objectivo na vida e uma barra de sabão azul e branco do tamanho de um pequeno apartamento.

Peso do saber

Durante a minha vida de estudante a expressão: “Tiraste-me um peso de cima”, ganhava vida.
Aquando a proximidade de um teste, eu forçava-me a carregar sempre e para todo o lado, os livros, os apontamentos e os textos da matéria que tinha de estudar.
Assim que fazia o teste, era realmente um peso que me tiravam de cima.

sexta-feira, abril 23, 2004

Canção do alto

Melhor que todas as intervenções dos empreiteiros nas ruas de Lisboa, só mesmo uma coisa. No tal prédio por onde passei, algo me surpreendeu. Por debaixo dos panos monumentais, um dos operários cantava. Mas cantava com toda a força, descontraidamente, como se ninguém o ouvisse, como no duche. Cantava em crioulo, muito catita, num misto de peixeirada urbana com laivos de Cesária Évora.
Toda a rua tomava o sabor da música, meio triste, meio parva, muito saloia e muito relaxada. E ainda bem.
Foi muito curioso, porque eu não o consegui ver, estava completamente escondido pelos panos do prédio. Só faltavam os críticos e os convidados, para esta instalação cantante ser uma bela obra de arte.

quinta-feira, abril 22, 2004

Cristo em Lisboa

Passei muito recentemente por um prédio em obras, todo enfaixado, qual projecto do artista plástico Cristo. Muito bonito, muito forte na paisagem.
Gosto imenso do bom gosto dos empreiteiros, sobretudo na escolha das cores fortes com que forram os seus prédios!
Muitas vezes podemos mesmo antever o que aconteceria se Cristo deixasse os seus projectos ao abandono. Muitas casas em Lisboa, ao fim de uns quantos anos tapadas, passam a ser muito fantasmagóricas, os panos rasgam-se todos com a acção dos elementos. Ficam cenários idílicos para os filmes totós do Scooby-Doo e para as intrusões mais anarcas.
Viva a câmara de Lisboa!

terça-feira, abril 20, 2004

Correr por gosto é bom de ver

Já poucas pessoas correm por gosto. Eu estimo muito as pessoas que correm por gosto. Existe qualquer coisa muito sincera e “boa onda” neste tipo de actividade.
Para mim os CTT e os alfarrabistas são muito engraçados. Parece impossível como alguém pode viver de vender selos e ser bom camarada o suficiente para nos ir entregar as cartas a kilómetros e kilómetros de distância.
E depois há os alfarrabistas... que com afinco disputam por mais 40 cêntimos uma revista toda rota de 86.
Apesar disto, sempre que passo por uma estação dos CTT penso sempre que é bom poder mandar cartas ao pessoal, mas acabo por nunca mandar.
E sempre que passo por um alfarrabista tenho ganas de comprar meio mundo, nunca deixo de dar uma espreitada e derreto-me com os estranhos lugares e pessoas que estes sítios são. Mas acabo por nunca levar nada, pelo menos nada que valha a pena dar 40 cêntimos, é por isso que regatear é lindo. E todos os estabelecimentos deviam ser mais assim, baratinhos e de preço negociável.

Graffiti amoroso

Um graffiti já antigo que existe na minha zona de residência apregoa uma comum declaração de amor. No entanto, apesar da mensagem amorosa, o seu conteúdo não deixa de me soar estranho.
Digam-me por favor se isto será normal:
“Marta ama Pilão”
Por amor de Deus, se o seu amor tiver uma alcunha ridícula, seja nome queridinho ou nome de prisão, de natureza escatológica ou genital, se tiver mesmo de ser, por favor, escreva antes o nome que estiver no bilhete de identidade dele.
Agora se Pilão for o seu verdadeiro nome próprio ou de famíla, pense se gostaria de ficar com o nome do seu marido... Marta Pilão não soa tão bem como possa parecer.

segunda-feira, abril 19, 2004

O irmão secreto

Hoje passei pelo escritório de advocacia do senhor Rui Represas, obviamente o irmão mais novo mas menos talentoso do cantor Luís Represas. Obviamente!
Bem pelo menos isso era o que eu gostava de lá escrever por baixo do nome do advogado. Mas como a minha consciência não me permite... fica aqui apenas um desejo de interacção catita com a classe de direito.

sábado, abril 17, 2004

O grandioso passeador de galinhas

Numa cidade suburbana é habitual cruzarmo-nos com personagens estranhas.
A mais curiosa personagem que conheço é sem dúvida o grandioso passeador de galinhas.
Há uns anos, cruzei-me com um senhor muito bem vestido, de chapéu à gangster, luvinhas brancas sem dedos, sapatinhos engraxadinhos, colete, casaco, uma pena de perdiz presa no chapéu, bigode e umas bonitas suíças. Debaixo de um dos braços trazia, com a maior naturalidade, uma pacífica galinha branca. As restantes pessoas no autocarro, pareceram ficar também bastante surpresas...
Não tem nada de mais, é só um senhor que gosta da sua galinha e que parece tirado de um romance do século XIX.
Depois disso, este normalíssimo senhor foi capaz de me surpreender cada vez mais.
Era espectacular ver esta personagem a passear pela minha cidade, impunha respeito a qualquer um.
Intrigante no mínimo... para mim pelo menos... impossível de resumir num só post.

Santificado seja o vosso tag

Existe um graffiti na cidade de Lisboa que diz: Santa Máfia.
Isto é uma coisa estranha. Existe uma máfia em Portugal? E tem uma Santa? Ou é santa?
Alguém desconfia de alguma coisa?
Se alguém tiver mais informações sobre este graf tão peculiar, por favor diga alguma coisa ou então contacte os senhores do Santo Sis, O São Mono ou a Santa Maria della Bófia!

quinta-feira, abril 15, 2004

Walkie-Talkie policial

Um destes dias passei por um senhor polícia que parecia estar a comunicar através de um rádio com os seus colegas (os termos colegas, parceiros ou camaradas têm óbvias conotações abichanadas, claro!).
Quando me aproximei, pude verificar que se tratava antes de um transístor e que o alegre agente da autoridade se encontrava a ouvir o belo do relato, não fosse o clubezito marcar um golo durante o horário de expediente.

Melhorar é preciso

Acho que nestes nossos tempos descrentes a popularidade da Bíblia dispararia de novo em flecha, se fosse feita uma pequena alteração ao texto original.
Todas as vezes em que no texto está escrita a palavra herético, por favor substituam-na, através de uma ligeira mudança, por uma palavra bem mais apelativa.
Sempre que aparecer herético, por favor ponham antes erótico. Com certeza vai melhorar as vendas do livro mais conhecido do mundo.

quarta-feira, abril 14, 2004

Dia negro

Hoje, com certeza, foi um dia negro para a comunidade dos miúdos que colam autocolantes pela cidade.
Um dos mais interessantes, centrais e concorridos sítios de colagem… Deus do céu (benzo-me neste momento)… foi todo limpo.
A verdade é que já não se conseguia ler o que dizia a placa de informação a sinalizar as ruínas do Carmo. Mas… meu Deus… não havia necessidade. E a cultura? Foi mandada para a rua?
E logo um dos meus spots preferidos!
Tantos e tantos bons taggers… diferentes da manada. A minha alma está ferida…
Enfim, se não tivesse fotografado tudo, tinha sido pior…

segunda-feira, abril 12, 2004

Ó Laurindinha

Há dois ou três anos, dois amigos meus estavam alegremente a tocar djambé e gaita de foles no carnaval de Torres Vedras. Cerca de 200 pessoas dançavam mascarados a toda a volta dos músicos. Tocavam músicas portuguesas antigas e chegou a vez de tocarem a “Laurindinha da Serra”. O refrão diz: -Oh Laurindinha, vem à janela. Mas o povo cantava em coro em tom de claque de futebol: -Oh Laurindinha vai pró car*lho!
Isto é obviamente uma das piores consequências do futebol. Na minha opinião, o fenómeno futebolístico é equivalente a um rapaz tatuado mais velho que quer sair com a sua filha e que diz que inscrever-se nos Alcoólicos Heroinómanos Anónimos foi a melhor coisa que fez, quando deixou de estudar na quarta classe. Eu sei que até parece um gajo porreiro, mas não tem nada de bom a trazer à nossa bendita comunidade.
Ui, tou tão conservador esta noite.

Comunicado importante

Hoje mesmo o Sr. Durão veio a público afirmar que não existe nenhuma ligação entre a guerra no Iraque e o aumento do terrorismo no mundo.
Hoje mesmo, eu confirmei a minha teoria.
Hoje mesmo, venho por este meio afirmar que não existe nenhuma ligação entre o Sr. Durão e a realidade.

sábado, abril 10, 2004

O meu condutor de autocarro é o Rasputin

Sou obrigado a defender a tese de que há na Rodoviária de Lisboa um senhor que a Hisória conhece por: Rasputin.
Rendi-me às evidências, o autocarro em que viajo todos os dias é conduzido por uma conhecida figura mundial...
As aparências iludem e por isso não podia referir este senhor sem mais nem menos, até ontem...
Assisti à prova definitiva de que eu precisava... para além das parecenças físicas serem impressionantes e conduzir como um verdadeiro maníaco que faz com que também o retrato psicológico esteja certo, algo faltava para eu ter a certeza absoluta...
Este caro senhor, para além de tudo isso... sabe falar russo...
Ontem assisti a uma conversa entre ele e um trabalhador russo no nosso país... Rasputin, farto de tentar comunicar com o emigrante em português em vão, finalmente expressou-se em russo com o moço...
Rasputin, ao contrário do que se diz por aí, está bem, está vivo... e trabalha na Rodoviária de Lisboa...

sexta-feira, abril 09, 2004

Tag com chá

Existe um tag muito curioso, que tem uma forma muito curiosa de se fazer distinguir de todos os outros.
Não poucas vezes me aproximei de um tag rectangular, feito em computador, muito simples. Tem a assinatura muito pixelizada do seu criador, pequenina a um cantinho. O engraçado é que a letras maiorzinhas pode ler-se: Obrigado pela atenção. É lindo, é como um chamariz que vive de si mesmo. Achei tão boa ideia, ele, o tag, agradecer a atenção dispensada pelo transeunte a si próprio.
As coisas diferentes neste campo são muito estimadas. E não assim tão intrincadas de conseguir como pode parecer.

A esperança

No lar da minha cidade os idosos tremeram quando souberam que o médico tinha dito a um dos idosos que, apesar da sua doença ser muito grave... a esperança é a última a morrer.
Quem não ficou muito aliviada foi a idosa mais velha, a Esperança.

quarta-feira, abril 07, 2004

Manifestação pela despenalização

Tenho visto cartazes espalhados pelas ruas da cidade. São cartazes que apelam à participação numa manifestação pela despenalização do aborto.
O que achei engraçado é que o cartaz dizia a letras garrafais: CONCENTRAÇÃO DE MULHERES.
Não é por mal, mas isto soa a ladies night... será que esta organização pretende fazer a primeira manifestação com bebidas à borla para as mulheres, para atrair os homens, aumentando desta forma a participação na sua manifestação?
Será que as discotecas estão metidas na luta pela despenalização? Que valores defenderá o Lux, por exemplo, no que toca às touradas e coboiadas nas casas de banho do seu estabelecimento? E o Kremlin? Será que condena o uso de peles e drogas nas noites da sua disco?

Portas multifacetado

Eu defendo que o multifacetado Paulo Portas devia sem dúvida passar por uma sessão de biqueirada e afocinhamento no cimento bem duro.
Este careca esquisito, de nariz de proporções bíblicas passaria, portanto, de multi-facetado a multi-cacetado.

segunda-feira, abril 05, 2004

Cena de casal

Hoje vi uma cena linda. Um casal encontrava-se a meio de uma linda linda cena conjugal.
Ele muito sério, verborrava-se em desculpas, e ela, muito tocada pelo pedido de desculpas, lacrimijava-se a cântaros... É bom ver uma reconciliação.
Estou só no gozo. Eu adoro estes dois termos. São muito catitas não são?

Situação óbvia

Claro está que o Sr. Marques da Silva, era conhecido entre os amigos como O Marquês da Selva.

sábado, abril 03, 2004

Procuro homens altos com peito peludo

Do Brasil chegam-me notícias tristes.
Soube agora mesmo através do meu Sitemeter que alguém encontrou este meu humilde blog através de uma pesquisa no Google segundo a qual este rapaz brasileiro pretendia encontrar "homens altos com peito peludo".
Para mim é um pouco estranha esta demanda, mas gostos não se discutem.
Meu amigo, só lhe posso sugerir que passe na zona de Lisboa porque existe por aí um autêntico homem-macaco. Esse rapaz faz o Tony Ramos parecer um imberbe garoto da primária.
Sem exagero, esta figura é de tal maneira exagerada no que toca à pilosidade corporal, que precisa de fazer a barba todos os dias, até dois dedinhos dos olhos. Todo ele é composto por manchas de pêlo, que se misturam nas costas com o cabelo e no peito com a barba (feita quase até ao esterno).
Portanto, meu caro amante de pêlo denso e basto, sempre que for invadido pela sensação de que precisa de alguém mais peludo ainda, dirija-se a Lisboa e pergunte pelo Homem-Macaco, traga uma tesoura de tosquia industrial e por favor não deixe de consultar um psicólogo.

Estamos Encerrados

Sempre que passo pela porta de um estabelecimento, roo-me de nervos. Isto porque, por vezes existem placas a dizer: Estamos Encerrados. E dá-me uma enorme vontade de subverter esta mensagem. Apetece cortar uma ou outra letrita e pôr os restaurantes e cafézitos todos a dizerem: ESTAMOS ***ERRADOS.

quinta-feira, abril 01, 2004

Arqueologia no São Jorge

Pelos lados da avenida da Liberdade, existe um cinema de seu nome São Jorge. Na entrada, em duas colunas estão colocados dois quadros de vidro. Que anunciam os horários de funcionamento do cinema.
Um destes dias passeava eu em frente ao cinema quando reparei que um dos quadros dos horários não tinha absolutamente nada. Nem horários, nem publicidade, nem vestígios cinéfilos. Nada. Mas absolutamente nada. O que se passava era que se podia ver o cimento da coluna, os ferros do cimento, uma ou outra pedrita e mesmo um ou outro tijolo de um remendo posterior às primeiras obras.
Um quadro envidraçado, que mostrava os alicerces do cinema, era lindo, tudo muito bem emoldurado. Fez lembrar os mostruários de vestígios romanos encontrados em Lisboa. Muito engraçado. Muito curioso.
Será que vale uma visita? A maioria das pessoas diria que não...

Parque automóvel privado

Hoje vi um carro tão mal estacionado, mas tão mal estacionado no Largo do Rato, que tive ganas de lhe entortar os limpa-pára-brisas.
No entanto, li uma mensagem que alguém lhe tinha deixado no vidro da frente, num papel muito bem impresso. No papel podia-se ler a letras garrafais: NÃO ENCONTRA LUGAR PARA O CARRO? META-O NO CU!
Se mais pessoas procedessem assim, a nossa cidade seria um sítio melhor. Se cada pessoa que põe um defeito em alguma coisa, sugerisse também uma solução para esse problema... como neste caso, o mundo seria verdadeiramente um sítio delicioso.