Há quem diga asneiras, quem cuspa no chão, quem diga que não.
Meço as palavras? Hei-de tentar sequer? De que vale tudo isto?
Marrão lancetado, encetei esta viagem há já mais tempo do que espaço. Não saio nem por nada do sítio. Não sem ser à força de cafeína.
Comida chinesa, tacos, hambúrgueres em sangue à frente da televisão por cabo, a beber a água suja do imperialismo ou outro canal qualquer que apareça.
Pernas amarelas, livros de fotografias, postais de pinturas, Cristo na cruz é propaganda diz-me o alemão todo zangado. Aposto que grunhia enquanto pensava e mais ainda quando escrevia. Nem quero imaginar nas cenas que havia de gritar quando se punha nos copos. Não que bebesse mas que tinha pancada lá isso...
Mortos, havia mortos na noite, encostados à parede, a pensarem na vida, no emprego, mas os cigarros eram muitos e as cervejas ainda mais.
Livros velhos, livros no chão com a capa cheia de lama, sujos de mijo e a cheirarem a merda. Tudo. Todos porcos. Trazia para casa o que encontrasse, bocados de pano para planos que fazia, malas velhas que me davam sempre a sensação única de segurança e o acolhimento de chegar a casa dos avós. Á noite percorria com os olhos as paredes com os graffitis, imagens verdes com pó, muito pó escuro por cima em que alguém escreveu com giz branco alguma coisa de muito romântico com erros ortográficos notáveis e verdadeiramente audaciosos que por pouco não faziam rir e precipitar sobre o Atlântico os satélites, as naves espaciais e os Boeings 747.
Uma motoreta espatifada, um boneco Lego caído e pisado. O relato do jogo do Belenenses à tarde e o velho pálido a ouvir e a escutar e a esperar sem pressa o amigo ou os amigos que espera ainda vivos.
Folheio pasmacento a revista de actualidades, é boa mas tem gajos de direita a falarem de coisas que não nasceram para perceber.
Feito no Japão. Feito em Taiwan? Onde raio será Taiwan? Deve ser perto de Chop Soy de porco. Se no Japão alguém virasse uma porcariazita da loja dos trezentos e lesse Made in Portugal, tinha um ataque cardíaco. A última importação de produção lusa feita pelo Japão foram umas espingardas que foram nas caravelas, a partir daí apareceu a Sony e acabou-se a conversa.
Sem comentários:
Enviar um comentário