quinta-feira, março 18, 2004

O amigo imaginário

Muito recentemente fiquei muito satisfeito por conhecer mais uma personagem bizarra das ruas de Lisboa - um senhor com cerca de 30 anos, fardado a rigor de “sem abrigo”, com aspecto muito sujo, cor de fuligem nas barbas, calças, face e boné.
Quando o vi, ele vinha pela rua muito divertido, a fingir que falava ao telemóvel, com a mão vazia ao pé da orelha como um verdadeiro gentleman bem integrado e “com abrigo” na sociedade. O detalhe desta situação que me divertiu verdadeiramente foi sem dúvida fora do comum - sempre que este senhor se cruzava com outra pessoa, desatava a gritar: Vai pró Kralh!
Supostamente estes berros seriam destinados ao intercomunicador telefónico imaginário e realmente assustavam os transeuntes que consigo se cruzavam.
Muito bem me soube levar também um grito bem alto em tom de ordem para ir para o tal sítio… muito agradável este divertido personagem, de longe bem mais divertido que os outros transeuntes que usam telemóveis. É tão fácil insultar toda a gente com um pretexto tão simples.
Mas enfim, nem toda a gente pode ver a vida com estes olhos tão diferentes.

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