Peludo e Azul
Flocos de Chocolate e Sexo com a Realeza
domingo, março 25, 2018
Os droguitos
Ouvi alguém a chamar droguitos aos drogados. Dizia aquilo com pena, era quase carinhoso, tipo coitaditos do droguitos. Isto vindo de alguém que tinha passado os anos 80 e 90 num bairro com um grave problema de toxicodependência, achei muito curioso. A verdade é que a situação se tem vindo a alterar e agora felizmente esta mentalidade já é possível.
Sinto que aquilo sugere que já há distância suficiente para dar para ver que aqueles droguitos eram pessoas, pessoas que ajudavam a arrumar os carros com a ajuda de um jornal enrolado na mão.
sábado, março 24, 2018
O Sr dos gatos
Das traseiras da minha casa vejo todos os dias um senhor de chapéu de camionista, óculos escuros e o mesmo casaco impermeável, seja verão, outono ou inverno.
Todos os dias vai alimentar uma colónia de gatos vadios. Os gatos esperam-no ao molho ao pé do sítio da comida, outros esperam-no à porta e seguem-no desde que sai de casa. Durante muito tempo era todos os dias a mesma coisa. Dá a comida depois afasta-se e fica a vê-los ao longe. Mesmo que faça chuva ele fica ali em pé à chuva com o casaco impermeável vestido.
Mas desde há um tempo para cá o raio dos pombos começou a intrometer-se no assunto. O senhor deixava a comida para os gatos mas os pombos eram tantos que os gatos nem se aproximavam. O homenzinho fervia e esbracejava para afastar os pássaros, parecia filmado pelo Hitchcock, era divertido de ver.
Até que um dia o Sr dos gatos aparentemente fez as tréguas com os pombos e agora os pássaros passaram a esperar afastados, e quando chega, o senhor vai tirar os restos da comida dos gatos do dia anterior, leva o saquinho até aos pombos, despeja-lhe a comida e depois é que vai pôr a comida nos gatos.
Parece que pratico neighborspotting mas nem por isso.
sexta-feira, março 23, 2018
Street "art"
As letras formavam palavras de incentivo, frases motivacionais. Mensagens de inspiração numa pintura deixada em cima duma caixa de electricidade no meio da rua. "Olha sempre para a frente" dizia a tela, e as senhoras velhinhas aparentemente levam a sério a mensagem e passavam com os sacos das compras ou do lixo e nem ligavam nenhuma. Durante um tempo aquela tela esteve a propiciar motivação na sala ou no quarto de alguém até que deixaram de fazer sentido, depois ficaram ali na rua um bocado e no dia seguinte alguém as tinha abatido.
Quando passei no dia seguinte algum transeunte sentiu a motivação de arrancar a tela deixando-a amarfanhada e levou a grade de madeira.
quinta-feira, março 22, 2018
O expresso da neve
Há qualquer coisa de realmente calmante na presença de um barulho de fundo calmo e distante. Por exemplo o som da máquina de lavar ou o barulho da chuva.
Desde que me comecei a usar videos de white noise para trabalhar que tenho encontrado verdadeiras pérolas. Vídeos longuíssimos de alguém a conduzir um carro em silêncio toda a noite no Texas numa noite chuvosa. Ou uma falésia onde batem as ondas durante um temporal.
De longe a coisa mais curiosa e especial com que me deparei é um vídeo em tempo real, de um comboio a viajar por uma paisagem nórdica super pitoresca. A linha segue ad eterno por entre quilómetros de árvores cobertas de neve. Chamo-lhe a meca dos meus vídeos de relaxamento e meditação.
Façam o favor de espreitar: https://youtu.be/qghQ5eKGcyE
quarta-feira, março 21, 2018
O grafitteiro pensador!
Há na minha rua uma data de grafittis absolutamente deliciosos.
De um dia pró outro surgiram umas frases estranhas a presentearem os transeúntes com chavões enigmáticos. Cada quarteirão da rua tem um rabisco diferente.
Um diz: "O povo não é um!", outro diz "Abril não morreu!".
Ainda outro tem a palavra homofobia cortada como se fosse proibida, como que a dizer que aqui está negada a presença da homofobia. Mas a minha favorita é um em que se lê: "Educanção". Assim mesmo com o N a mais. Tendo em conta o tipo de coisa que é, o conteúdo dos outros grafittis sugere-me que o erro é intencional e que a ironia está viva e de boa saúde nos miúdos das latas de tinta.
Há esperança! Há esperança!
terça-feira, setembro 27, 2016
Sobre a patrulha pata
É nisto que o governo devia estar a trabalhar.
Eliminar os dejetos dos bichos devia ser a prioridade da ciência neste momento.
Pralém disso a mim parece-me que pelo que a Disney sugere que, sem fazer cocós os animais desenvolvem poderes que incluem o combate à bandidagem e encetam o processo de fazer piadolas de forma constante e absolutamente ineficaz.
terça-feira, setembro 13, 2016
Touradas douradas
-Ai quem me tira o mutilar de gado tira-me tudo!
Vá-lá Marcelinho, só mais um esforço! Tira o osso a esses fachos pica-vacas!
domingo, setembro 11, 2016
Uma coisa que me dá gozo ver é os desenhos que os miúdos fazem no pó dos carros. O tradicional é ficar com um dedo sujo pra escrever: Lava-me porco. E recentemente também se vê escrito: "Deus é grande, há-de chover", mas não me parece bardajão o suficiente.
Seja como for nunca me aconteceu, ninguém nunca achou que valesse a pena escrever "Lava-me porco!" na minha charronca velha. Chega a ser injusto. Se rabiscarem todos os carros duma rua, é certinho que o meu está isento de javardices. Eu que nem nunca lavo o carro. Nunca!
Se quiser tenho de ser eu a fazer. É triste!
Mereço ser indemnizado por tratamento desigual. Não há justiça.
sábado, novembro 30, 2013
Vodafónix - Degradação e violência psicológica
A Vodafone acha que é muito fixe e radical ter um anúncio no qual rapam a cabeça a várias pessoas.
É sinceramente muito difícil de ver.
Toda a gente sabe que pode ser muito traumático para uma mulher ter o cabelo rapado.
Nenhum sorriso amarelo me convence que as senhoras a quem raparam a cabeça recordam esta estratégia de marketing idiota como uma boa experiência.
Por cada venda deste serviço vão rapar uma senhora em meu nome? Adoro isso! Quero promover este serviço de imediato.
Faz-me lembrar as carecadas dos campos de concentração do regime nazi.
Custa a crer que alguém foi prá frente com isto com o intuito de vender um serviço telefónico. A Vodafone sofre de parvoíce e não vê o absurdo de aliciar pessoas com imagens degradantes.
Fico com medo dos próximos anúncios. Isto é bom para o negócio?
quarta-feira, novembro 20, 2013
terça-feira, novembro 19, 2013
Cavalos de Tróia da CIA
A CIA é a agência de espionagem americana mais amigável e menos sinistra de todas as polícias secretas derivadas da Gestapo.
No site da CIA há uma secção super práctica de descarga gratuita de conteúdos.
É possível downloadinhar informação sobre todos os países do mundo. Que curioso!
Mapas, informação sobre a população, situação do país, de tudo um pouco.
Com isto é possível passar por fofinho e simpático e ser um sacana à mesma!
Estas informações estão disponíveis não só para cidadãos americanos ficarem informados àcerca de possíveis destinos de viagem mas também para saber quem é que anda interessado em mapas e viagens a países estrangeiros.
Cada vez que saco o mapa de rios da Jamaica há mais um agente da CIA sentado ao computador a aceder à minha webcam pra ver e ouvir o que se passa cá em casa. A tentar perceber se sou turista ou se sou terrorista.
Quero deixar aqui bem claro que pertenço ao PCP - Partido Comodista Português, o qual se rege pelas regras da preguiça e que não se dedica ao terrorismo porque dá muito trabalho e por que não resiste ao canto da sereia do sofá.
quarta-feira, janeiro 20, 2010
Ajuda americana no Haiti?
Não aceitem favores dos Estados Grunhidos da América!
É natural que a população não acolha os esforços americanos com bons olhos:
Os Haitianos já estavam em situação de catástrofe humanitária há muito tempo antes do sismo e claro, os Estados Unidos são os responsáveis quase absolutos pela miséria. Têm sangue nas mãos. Desde 1915 que esses nojentos americanos protegem os seus interesses no país. Desde essa altura marines expulsaram o parlamento, viciaram eleições, practicamente reinstalaram a escravatura matando 20 mil pessoas pelo caminho. Instalaram ditaduras violentissimas uma a seguir à outra. Massacre após massacre - como de costume.
Encenaram golpes de estado, impuseram sanções económicas, chegou a haver um bloqueio total da ONU em plena catástrofe humanitária.
Fizeram intervenções militares brutais e fizeram tudo para acabar com o país excepto provocar um sismo gigantesco.
quinta-feira, abril 30, 2009
A balança tá em TILT
Será possível explicar a incrível diferença de estatuto entre uma pessoa e uma empresa?
Vejamos...
Se um cidadão comete um crime de violação de direitos de autor na internet será punido!
Que estranho; se uma empresa comercializa produtos especificamente concebidos para cometer crimes de violação de direitos de autor, será também punida? Parece que não!
E as empresas de informática que disponibilizam e potenciam o crime de violação de direitos de autor de milhões de pessoas, será que também ""(...) poderão ficar com acesso bloqueado à Internet sem necessidade de aviso judicial"? Duvido!
Qual é perante a lei esta enorme diferença entre um crime de uma empresa e um de um indivíduo humanóide?
-Ora bolas, só custa €30 mudar o nome na loja do cidadão! Muda-se já o nome do Zé de Manel Jaquim para Jaquim Jaquim S.A. !
Acho que podia ser pior... ao menos as empresas ainda não catam carteiras no metro! Até ver...
quarta-feira, abril 29, 2009
Um avião sobrevoou Nova Iorque - Dejá vu, dejá fait
A explicação é que os militares estiveram a fazer um exercício. Aceitável, mas, tal como tudo o que passa na televisão eu suspeito que tenha sido tudo scripted.
Se calhar foi de propósito para voltar a instalar o medo do terrorismo.
Não será provável que esta técnica de manter as pessoas com medo, seja usada de forma consciente para manter o povo sob controlo?
Funcionou sempre para a igreja católica...
Admito que seja improvável, mas, tendo em vista o patriot act, que permite "tudo" o que for preciso para proteger a mãe pátria, esta hipótese parece plausível.
Se estão dispostos a mentir para conseguir tomar países de assalto e raptar cidadãos sem os julgar... porque não acender de novo o medo das pessoas? Niguém se magoou e milhares de cidadãos voltaram a confiar totalmente no seu governo para os proteger.
Para quem já usa tortura em estrangeiros, não deve ser difícil usar também intimidação e terrorismo nas próprias populações.
segunda-feira, abril 13, 2009
quarta-feira, abril 01, 2009
Sabonetes antibacterianus
Naturais como iogurtes. Como uma máquina avançada de ponta e sem função. Topo de gama em inutilidade.
Vou lavar as mãos.
Perversos amorais. Sempre orgulhosos do lodo original. Quero uma nova raça - com mp3 de origem e coldre para o cartão de crédito. Voto em ursos polares detidos a atirarem sapatos presidenciais num reality show.
E quero voltar ao início e começar tudo de novo.
terça-feira, março 31, 2009
A bexiga quebrada
segunda-feira, março 30, 2009
Receita para os fartos da fé na narrativa
Seguidamente escolha um modelo romântico a seguir, pode ser o Kerouac, pode ser um Marco Polo, no meu caso é a Beyonce.
Se a engenhoca voadora por algum motivo não funcionar, partindo do princípio que falha o voo mas que o seu pulso permanece cadente experimente antes aceitar a entrega ao sofá, batatas fritas, repetição, cliché, status quo e televisão.
Desta vez tente sorrir ou existir apenas.
quarta-feira, fevereiro 04, 2009
Tenho asma sinestésica
A solução é deixar uma janela do Explorer aberta, sem página alguma.
Funciona como uma janela luminosa para uma paisagem, exterior, uma janela que dá vento a um quarto vazio.
segunda-feira, janeiro 26, 2009
Dote a sua filha de uma boa herança
domingo, janeiro 25, 2009
Botões e beija-flores
Benjamin Button é refrescante, inovador, cómico mas inteligente, muito interessante em termos de estrutura de narrativa e "extra mega rifixe". Ok, e aqui é que o pepino se torce desde pequenino, é talvez longo demais, e a eu faria talvez a personagem do Button um pouco mais aberta, talvez mais emotiva ou que se desse um pouco mais a conhecer. É um apático dum personagem principal. É talvez por isso que esta contenção de actuação se encaixa tão bem no tipo de estória.
Este filme faz-me acreditar no que ainda está para vir. Ainda nem tudo foi feito, nem tudo foi visto.
É uma históriazinha feita de pequenos nadas, detalhes subtis. Dá a sensação que acabei de ver um filme plantadinho num vaso de uma estufa com um enorme carinho familiar.
sábado, janeiro 24, 2009
Uma aventura na imagem fria de um filho de alguém
Tinha talvez 14 anos, mas, tinha um olhar desligado como um cão com frio. Trazia uma gabardine até aos joelhos, um nariz sinuoso e um tom pálido como um fumador de plátanos.
Debaixo do braço trazia um livro vermelho com letras a ouro que me parecia ser a bíblia - tomei-o por uma criatura censurada e oprimida por pais fanáticos religiosos. Depos consegui realmente identificar a natureza do animal que carregava. Do Fiodor carcomido, os Irmãos Karamazov.
Já ninguém lê os livros d'Uma Aventura?
sexta-feira, janeiro 23, 2009
"Semelhitudes, identicidades e parecências"
Assim como o saco eu também consumo o que houver para carregar para casa. Tal como o saco também posso mandar fora tudo aquilo que já adquiri. Um regador amarelo, um almoço de 180 euros ou uma pilha carcaças com atum e fiambre.
Exactamente como o saco eu posso ser reciclado. Posso servir de ração animal, vegetal ou para forrar o interior de almofadas num sofá de um bar de alterne.
Mas eu, meus caros, quero ser um candeeiro modernaço.
quarta-feira, janeiro 21, 2009
Vai um em anexo
Fiquei com os nós imundos de Honestidade, Confiança, Rigor e outras mentiras com que a besta do senhor se maquilha antes de vir de se vender na Assembleia.
Ele que vá perguntar as horas a outro eleitor. A lata desta gente!
terça-feira, janeiro 20, 2009
O que é um cachecol?
Cachecol é tudo aquilo que fizer "quentinho" no pescoço. Eu uso um Arafat porque gosto deles beligerantes e tu Zé Carlos?
segunda-feira, janeiro 19, 2009
Medem bem as palavras
A aberração que é o uso destes termos, soft targets, é obscena. É um crime atroz pintado de barroco, rococó e pó de arroz doce e carícias com as beiças.
Literalmente traduz-se soft target por alvos suaves. Quase dóceis, meiguinhos, amigos dos seus amigos. São alvos que não ripostam, é isso que quer dizer na sua essência. Pessoas que estão a almoçar e que são dizimados por pilotos de guerra nintendo. Miúdos a brincar na rua, senhoras que foram buscar salsa. Alvos estratégicos portanto.
Chamo-lhes carinhosamente alvos "moles", soa-me tanto a ovos moles que até dá fome.
domingo, janeiro 18, 2009
O senhor da peúga castanha
Todos os dias de manhã o encontro no prédio com a peúga castanha.
Tive de lhe perguntar com jeitinho: -Isso é uma peúga suja de cocózinho meu caro e gentil caduco?
E ele explicou que a peúga nojentinha é na realidade uma pantufa nojentinha, uma cãozinha chiuaua de odor nojentinho a merdelim - o pantufa.
sábado, janeiro 17, 2009
Já tens o meu mail?
Que estranho, esta página não entra, devo ter que comprar mais memória, mas é estranho porque isto é um livro de capa mole, talvez seja por isso que a página não entra... está mole.
sexta-feira, janeiro 16, 2009
Frida aberta
Um dos melhores cartazes que tenho visto por aí ultimamente é uma imagem muito castiça béu béu da actriz Fernanda Serrano vestida e maquilhada para se parecer com a Frida. Está soberbo, está lindo e magnífico. É ao mesmo tempo uma imagem muito bonita e uma figura decadente, sofredora, feia e amarga. Que mais é que se pode pedir de um cartaz de teatro? Uma arte em tão maus lençóis, é quase uma metáfora da situação do teatro por cá.
Que orgulho nos nossos bons designers!
Pi 3,14 de QI
O meu gato não é meu, mas acho que ele não se sente de ninguém. Quanto muito aprecia água, comida de gato, comida de cão, atum, leite, frango, fiambre e linhas. Ele adora comer linhas... o gato não é meu - repito para mim próprio - o gato come linhas mas não é meu, por isso não tenho que me sentir envergonhado.
Mas sabe pedir para abrir a janela, comida, mimos e podia jurar que no outro dia implorou para eu gravar o My name is Earl.
quinta-feira, janeiro 15, 2009
Dores lombares
quarta-feira, janeiro 14, 2009
Marrocos?
Por baixo de onde se pode ler Ramada, lê-se: Marrocos - é já aqui tão perto.
Quero acreditar que exista uma loja de artigos marroquinos ou um cabeleireiro de um saudosista dos descobrimentos com este nome, mas duvido.
Que mentes tão pequeninas e mirradas.
terça-feira, janeiro 06, 2009
Santana regressa - Sequela de filme de terror
Eu acho que se o Santana for eleito para a câmara de Lisboa eu emigro.
Esta gente é burra demais. E memória não existe.
Só podemos aceitar esse cretinozinho careca charlatão vendedor banha da cobra volte, se ele conseguir primeiro pagar o buraco que criou na câmara. A primeira estupidez surge logo na concepção desta candidatura: No meio de uma crise económica mundial, a cidade de Lisboa gerida pelo mais incompetente calhorda. Homem cujo espectacular jogo de cintura político conseguiu amealhar reforma em cima de reforma, passando por várias câmaras e deixando cada uma delas com dívidas gigantescas e tudo com um aspecto de sabichão charmoso.
Senhor Santana, regresse para a cloaca quente de onde surgiu, seu merdas!
sexta-feira, dezembro 19, 2008
Rápido traz a camcorder - Está ali um dos Big bangs
A imagem das coisas afasta-se de qualquer objecto em que a luz reflecte à velocidade da... luz.
Porque o espaço é infinito, é possível em teoria vislumbrarmos ainda todas imagens de todos os momentos que alguma vez se passaram desde toda a eternidade.
Para isso "basta" que nos afastemos o suficiente para apanhar os raios de luz que reflectiram um qualquer momento do tempo.
Idealizo uma viagem no espaço, acima da velocidade da luz, que ultrapasse todos os raios de luz que existiram desde o início dos tempos. Com o propósito de vislumbrar o primeiro momento que existiu.
Deixo para isso de lado a ideia de que o tempo foi criado ao mesmo tempo que o espaço no momento do Big Bang e que ambos, o tempo e o espaço, foram sendo criados e como que floresceram e aumentaram juntos desde esse momento. O problema é que se eu sair do espaço que existe, se passar para o sítio que ainda não existe porque ainda não foi criado, fico num sítio que não existe ainda. Supostamente o espaço material foi criado no Big Bang e desde então tem emanado daí. É possível ainda ver o primeiro rasgo de luz do Big Bang que se afasta criando tempo e espaço à medida que avança.
Quero poder ir apanhar essa imagem ao primeiro momento do tempo e do espaço para poder dizer: -Toma, Deus não criou isto tudo... a imagem mostra claramente que foi o Madoff.
Os primeiros raios de luz de sempre vagueiam ainda no espaço e afastam-se à velocidade da luz da sua origem.
Um passo para ver a origem da existência é pensar ao nível da lógica do real possível na origem da possibilidade, do espaço infinito e do tempo infinito.
Se alguém já estiver farto da constante repetição das palavras: infinito, possibilidade, espaço e tempo - é favor levantar o braço. Eu páro, mas só se puder dizer que a reflexão da minha imagem a passar férias com os meus avós na província nos anos 80, ainda vagueia pelo espaço e afasta-se continuamente de mim.
Pela lei das probabilidades a minha imagem irá percorrer o espaço muito para além da minha existência orgânica. Sempre a mesma coisa. Tal como com os Beatles.
quinta-feira, dezembro 18, 2008
Não existes, pronto, mas corta as unhas que pareces um coitadinho com as unhas todas enormes
Não existe o momento agora. É fugidio. Ilude a definição por não possuír matéria com propriedades tangíveis.
Se tentarmos contabilizar o presente, apenas conseguimos contabilizar o momento anterior. Se formos capazes de pegar num relógio e contar o momento, então já só contamos o passado.
Não existe o momento presente.
O momento presente é a sinergia entre os factos já decorridos e a totalidade das possibilidades e probabilidades de acotecimentos intangíveis do tempo no espaço. Um cruzamento que desafia a definição. Uma coisa que não existe ainda - o futuro - cruza-se com outra que coisa que não existe, o passado - os momentos que já não existem. Nessa encruzilhada de inexistências, estamos nós num vazio temporal. Vivemos numa teia gigante de possibilidades e probabilidades.
Vivemos convencidos da nossa superioridade por realmente existirmos no tempo presente - desejosos de poder (existir) - a vontade de poder sinto muitas vezes que é na verdade desejo de existir e de ultrapassar o vazio temporal, a massa que não existe a que carinhosamente chamamos presente - quem está presente está "existente". Quero com isto dizer que o que quer que exista no momento presente está num estado de existência factual, passa para ser passado daí que tenhamos a certeza que realmente existiu, porque é um facto do passado já presenciado. Quero fazer notar tudo aquilo que passa para o passado de uma certa forma já não existe. Isto porque se algo está presente no momento da existência, ou seja, no momento presente, então tem a sua existência num estado que não existe tangívelmente, por isso duvido da sua verdadeira existência também. Friso a ideia básica de que quem passa para o passado já não existe. Nós queremos poder, porque queremos existir.
A expressão: Tudo pode acontecer - tem uma certa lógica neste raciocínio simples e tosco, mas a frase revela a sua imperfeição. Tudo pode acontecer, mas pela infinitude das probabilidades isso impossibilita a existência de predestinação. Não há destinos pré-traçados para ninguém. Aquilo que está a acontecer agora é ao acaso que se desenrola e foi precedido por um infinito número de todas as situações possíveis resultantes. É o acaso da repetição infinita e a indiferença da acção presente, aquilo que acontece e aquilo que fazemos e decidimos perde todo o significado.
Se já tudo aconteceu na precedente sequência infinita de acontecimentos o nosso arbítrio é circunscrito pela pequena janela temporal que é a nossa vívida ilusão do momento presente.
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Isto faz com que a nossa decisão, o nosso "livre" arbítrio seja matemáticamente impossível de ser original, é impossível de ser destituído de paralelo ou diferente em alguma maneira. Se o universo existe desde um periodo infinito de tempo então pelas probabilidades todos os acontecimentos já decorreram em todas as diferentes possibilidades.
As possibilidades são tão grandes, que no infinito do tempo e do espaço é impossível não existir um momento que nunca tenha existido antes.
Pelas probabilidades do tempo infinito, já tudo aconteceu antes, de todas as formas, de todas as maneiras impensáveis. Esta ideia fez-me pensar n'As Cidades Invisíveis do Calvino com olhos ainda mais mergulhados na sequência de urbes impossíveis e imaginárias.
A nossa imaginação não se chega sequer perto da vastidão do tempo perpétuo e das improváveis realidades possíveis.
O tempo faz com que no espaço, exista tudo aquilo que com a quantidade certa de tempo seja possível.
Tempo infinito, possibilidades infinitas, espaço infinito. Tudo o que é possível já aconteceu e tudo está ainda para acontecer já aconteceu também.
Tal como no meio da sequência infinita de números primos encontramos todas as probabilidades de sequências de números. O que faz com que encontremos sequências de números que correspondem a letras precisamente iguais a livros inteiros, por exemplo, letra por letra.
Estamos longe de perceber aquilo que o conceito de infinito nos pode dar a conhecer. O absoluto infinito temporal é tudo o que existiu antes, tudo o que existiu depois, tudo o que já se repetiu de todas as formas possíveis e tudo aquilo que vai existir e poderá alguma vez ser uma possibilidade.
Só para ser diferente do absoluto infinito precedente e seguinte hoje quero um café e um livro.
Como se a nossa vida fosse curta demais a humanidade elaborou uma realidade alternativa que tal como o nosso momento presente também não existe na forma terrena a que estamos habituados a conhecer. Fisicamente inexistente a internet emula muito bem a nossa realidade presencial - e é penso eu uma boa forma de perceber a dúvida acerca da existência e do real inexistente.
O presente não existe, o futuro não existe, o destino não existe e o nosso arbítrio longe de ser livre é indiferente por ser apenas uma das possibilidades do conjunto infinito de possibilidades pelas quais o universo toma o seu caminho eterno.
quarta-feira, dezembro 17, 2008
O primeiro homem
O primeiro homem poderá ser culpado de todos os actos futuros dos seus descendentes, até ao momento presente?
Não. Isto porque o futuro não existe. Aquilo a que atribuímos o nome de futuro é na sua essência o conjunto de possibilidades e probabilidades. É apenas a vastidão absoluta de hipóteses de acontecimentos, situações, factos. Tempo... que ainda não aconteceu. Que não existe.
O futuro não existe.
O primeiro homem não podia ter fugido ao acaso de ter gerado uma horda de sórdidos, desonrados, desordeiros (que adoram usar aliterações a torto e a direito). Nós, os que o presente vivem e que nele acreditam por causa do fluxo contínuo dos dias e do aborrecimento da vida mundava. Nós, a humanidade filha. Nós, os comedores de Pringles somos os culpados do primeiro homem e da sua primordial má acção.
Filhos do pecado original uma ova. Nós somos reles, tal como todos os que nos precederam e os próximos iludidos.
Não existe futuro, não há destino e o nosso arbítrio longe de ser livre, é estreito, curvilíneo e totalmente indiferente, quase aleatório.
Que se queime a esperança e o seu amigo bom senso.
quinta-feira, novembro 27, 2008
Coisas de outra época
quarta-feira, novembro 26, 2008
Nunca falha
Se algum dia passar a minha pessoa à sua beira e o ar que lhe cheirar não cheirar pior que diarreira mas perto, é porque aqui o esperto se passou de vez e deixou de usar o tal chuveiro... daí esse horrível e nauseabundo cheiro a bombas da bunda do meu traseiro.
terça-feira, novembro 25, 2008
Jangada de moca, rocha ou pedra?
segunda-feira, novembro 24, 2008
Filósofo faz tarot
Já Platão lançava os búzios e o profano Nietzsche lia as cartas astrológicas das estrelas duma tal rádio, uma estação de música clássica.
domingo, novembro 23, 2008
Moda
O cíclico movimento do gosto é um gozo de se ver.
sábado, novembro 22, 2008
Resto do que resta
sexta-feira, novembro 21, 2008
Migalhas das torradas
quinta-feira, novembro 20, 2008
Yellow Submarine Aluga-se - T4+1 boas áreas.
Quando vi que no ecrã havia dois limpa-vidros, percebi.
Saí do carro e jurei nunca mais conduzir bêbado.
quarta-feira, novembro 19, 2008
Torradas pela manhã
A que será que cheira no patamar do meu andar? Será que os vizinhos quando passam à minha porta sentem o aroma de amarelos irónicos e o cheiro a Led Zeppelin?
Espero que não, senão eu juro que devolvo o ambientador ao Continente.
sábado, novembro 15, 2008
Que seca - o espelho
É mentira, eu não penteio o cabelo.
sexta-feira, novembro 14, 2008
Ontem fui a uma exposição
Desta vez aquilo de que gostei mais foi de pintar vinte símbolos fálicos e depois convidar os meus pais e os meus sogros para me virem dar os parabéns.
terça-feira, novembro 04, 2008
Portugal precisa de óculos
A seguir dizia alguns nomes de gasolineiras.
Acho curioso quando a malta se revolta contra um pormenor do sistema. Dá para perceber onde está o problema, não é na falta de acção popular. É uma falta de visão geral.
segunda-feira, novembro 03, 2008
Expectativas americanas
Tenho a mesma sensação de que o presente não vai estar à altura das expectativas.
sábado, novembro 01, 2008
Pim! Abaixo o crédito! Pam!
São criminosos. Agiotas criminosos.
Se repararmos bem os anúncios são feitos para pessoas estúpidas que não sabem no inferno em que se estão a meter. São anúncios, coloridos e bem dispostos. São quase publicidade a brinquedos.
Deviam ser limitados tal como os mais grosseiros e violentos filmes, deviam ter bolinha, só deviam poder ser vistos em cinemas de mau nome a meio da noite. São uma degradação social e deviam ser proibidos. O nosso povo está a afundar-se e estes credores mafiosos estão a ser bem sucedidos.
Eu cuspo em qualquer empresa que empreste dinheiro, tanto nos bancos como nos outros malfeitores.