quinta-feira, dezembro 18, 2003

Um graf desmontado

Em mais uma alteração posterior feita a um graffiti, aconteceu uma coisa muito curiosa. Imagine-se que durante umas obras na cidade de Lisboa, da noite para o dia, surge como que por magia, um enorme graffiti nos tapumes que vedam o perímetro da obra.
Como? Passados uns meses, os trabalhos de construção terminam e os tapumes que exibiam um grande graffiti são desmontados. E são remontados noutro lugar, onde um outro edifício precisa de obras. Obviamente que os pobres trabalhadores, querem é trabalhar e nem reparam na ordem pela qual montam as secções dos tapumes. Muito menos dão atenção, se o graffiti se encontra "sprayado" na face de fora.
O resultado desta má montagem, tornou este graffiti numa obra muito mais interessante, porque completamente diferente do resto das "sprayadas" por esse mundo fora. Estava tudo trocado, era lindo, não se lia, não condizia, parecia o resultado do trabalho de um jovem Basquiat, se este não tivesse já sido tirado da sua vida de pintor de rua. Digno de uma exibição no Museu Berardo. Dos melhores trabalhos que já vi. Superava em muito os cânones americanóides de como um graffiti deve ser composto. Não parecia ter sido concebido por mente humana. Será que alguém pôde não reparar?
Provavelmente o autor da obra ficou muito desgostoso por lhe terem desmontado a pintura, mas o resultado foi fabuloso.

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